Foto: Cat Monk_

Rompendo com o Racismo

Desde o assassinato de Marielle Franco (crime ainda não solucionado) que não víamos uma mobilização social tão grande por parte da juventude preta aqui no Brasil, a morte do adolescente João Pedro, do assassinato de George Floyd e do pequeno Miguel foi sentida pela comunidade negra que decidiu mostrar pro mundo que #vidasnegrasimportam e que não vamos mais tolerar a violência, o descaso e o racismo que a nossa sociedade naturaliza. A indignação e revolta se uniram à articulação, a internet tem feito papel de lugar comum, onde a organização e comunicação são possíveis, e não podemos mais deslegitimar o que é promovido na internet, principalmente agora no meio de uma pandemia global. Alguns famosos e influenciadores brancos tem cedido seus perfis nas redes sociais para artistas, ativistas e pensadores negros denunciarem o racismo, convidando a sociedade para refletir sobre essa estrutura, e também apresentando seus trabalhos e pontos de vista sobre a vida; por que ao contrário do que parece, negros também sabem conversar de assuntos fora da questão racial! O movimento se chama #vozesnegrasimportam e tem mostrado o compromisso de levar as nossas pautas adiante num debate respeitoso feito por quem entende e sente na pele. Os atos dos dias 7 e 14 serviram pra mostrar que estamos focados, unidos e articulados! A juventude protagonizará as ações seja online, seja no enfrentamento e diálogo com a polícia e sociedade. O momento é de ruptura com as velhas estruturas, não vamos e não podemos recuar nas nossas reivindicações, as articulações vão convocar cada vez mais pessoas pras ruas, mostrando pro mundo e pros nossos irmãos e irmãs negras que precisamos nos posicionar, não dá mais pra fingir que o racismo não existe, a nossa sociedade vai ter que enfrentar, discutir e planejar ações de mudança pras próximas gerações. Não posso afirmar se realmente a “primavera negra” começou, mas espero honestamente que sejamos escutados, que tenhamos mais políticas públicas inclusivas, que a polícia reveja seus protocolos e receba treinamento humanizado ou que se comporte na persidade, que parem de nos subalternalizar, que nossas presenças sejam naturalizadas positivamente, que nos humanizem, que não tenham medo de nós, e principalmente que nossas vidas importem pra além da hashtag.
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