VITÓRIA ANTI RACISTA

Lewis Hamilton, atingiu hoje, a marca de 91 corridas se igualando ao atual campeão mundial Michael Schumacher, que interrompeu a carreira após um grave acidente de esqui em 2013; Hamilton disputou 261 Grandes Prêmios, tem 96 pole positions (primeiras posições) e é 6 vezes campeão mundial, mas não é de números que quero falar, mas sim do que tudo isso significa.

Uma das definições de herói que a gente encontra online é:
Uma figura arquetípica, personagem modelo, que reúne em si, os atributos necessários para superar, de forma excepcional, um determinado problema de dimensão épica”, no caso o nosso problema é o racismo. Não to atribuindo ao Hamilton o dever de nos salvar, mas tô comparando suas atitudes com as de herói, que ele está desempenhando.

Hamilton fez da sua posição de destaque uma causa, um ato político, onde ele denuncia as violências que acontecem com a juventude negra atualmente pro mundo inteiro ver, pro mundo inteiro refletir que “BLACK LIVES MATTER” ou VIDAS NEGRAS IMPORTAM em tradução livre, ou ainda pedir que “ARREST THE COPS WHO KILLED BREONNA TAYLOR” (prendam os policiais que atiraram em Breanna Taylor) escrito em camisetas; essa postura torna muito mais nobre a sua participação na F1, sendo ele o unico negro atualmente na competição, usar sua voz e visibilidade pra apontar as injustiças e o racismo é um ato de coragem, digno de herói.

A FIA (federação internacional de automobilismo) alterou as regras da competição impedindo o piloto de fazer manifestos antirracistas na comemoração do pódio, a regra agora é, segundo o G1: “os pilotos não podem usar outra roupa que não seja o macacão de corrida fechado até o pescoço. A medida vale não só para a festa no pódio, mas também para as entrevistas que são realizadas antes e depois”. Com essa atitude, seria a FIA a vilã, tentando impedir o herói de cumprir o seu dever de alertar o mundo das atrocidades que, nós negros, vivemos e a maioria finge não ver.

Ele é o segundo piloto negro nesta competição, 21 anos antes de Hamilton estrear em 2007, Willy Theodore Ribbs Jr, disputou várias categorias como Nascar e Indy, até que em 1986 em um teste em Portugal pilotou um Fórmula 1 tornando se o primeiro negro. 2 pilotos negros pra uma competição que existe há mais de 50 anos é um número alarmante, nossa torcida é que daqui pra frente existam outros pilotos negres, e que os símbolos clássicos como a Fórmula 1 seja mais diversa e inclusiva em todos os sentidos.

Temos um jovem negro de 35 anos, em uma estrutura branca e elitista que é o automobilismo, sendo reconhecido pelo seu trabalho, aclamado, bem remunerado e respeitado pelo mundo inteiro, vocês conseguem dimensionar o impacto positivo disso no imaginário de uma criança negra?! Além de reforçar que com oportunidade, investimento e sem sabotagem, podemos bater recordes.



Seguimos acompanhando e torcendo pra que consigamos comemorar a vitória de mais pilotos negros na F1.

Compartilhe:
comments

Leave a Reply

Your email address will not be published.


*