Black Alien e mais um clássico

Foi criada uma expectativa das grandes quando o Black Alien lançou o Babylon By Gus Vol. 2 – No Princípio era o Verbo, o cara fez história com o Volume 1 – O Ano do Macaco, com sons que hoje são clássicos e é de fato um disco importante que criou muitas raízes no Rap Nacional. Mas teve quem ficasse decepcionado. Ele próprio cita isso no Panelaço do João Gordo.

Convenhamos, o disco é foda, o problema é querer exigir sempre a tal repetição do clássico. O Black Alien passou por fases em sua vida que lhe colocaram em um processo de aprendizado na sua forma de fazer e viver a música, o público deveria entender isso antes de ouvir Babylon By Gus Vol. 2, e não exigir um artista de 2004 em pleno 2015. Seu talento mostrado no decorrer da sua carreira desde o Planeta Hemp lhe permitia isso.

“Eu vim de onde tudo é imediato
Tô descalço e no sapato
Quando legalizarem a planta
Qual vai ser o seu assunto? Cara chato”

Dito isso a gente chega no seu terceiro álbum solo, o Abaixo de Zero – Hell Hell, que deixa bem explícito que bastava um pouco mais de paciência para ouvir aquela mesma Lírica Bereta de tempos atrás. Aquela criatividade e inteligência que o Black Alien coloca nos seu sons de forma única estão mais presentes do que nunca nesse novo trabalho.

A gente consegue ouvir do artista um pouco dos conflitos internos que ele teve e ainda tem desde que começou a fazer sucesso, na leveza com que ele consegue falar do assunto, e a forma como ele mistura isso com as questões cotidianas que a gente tem visto por aí ultimamente tem muito daquele estilo Black Alien clássico que o público tanto quer.

Abaixo de Zero – Hell Hell foi produzido pelo Papatinho e a capa foi feita pelo monstro Parteum (ouça MMXIX).