Experimental, ousado e intenso, Elefante marca o retorno de Lucas Felix, MC paulistano e integrante do grupo A.L.M.A (Arma Lírica Musical da Alma).
Com influência da música gospel, Felix não esconde sua admiração por Kanye West, mas ressalta que ele não é a única fonte de inspiração. Basquiat, Kid Cudi e Alejandro Jodorowsky foram referências igualmente importantes. “Elefante” dialoga com o ouvinte e, ao mesmo tempo, é intrapessoal. O misto de emoções transmitidas durante a audição, evidencia-se nas diversas sonoridades ao longo do disco. O lançamento será no dia 21 de novembro.
“É um álbum sobre infância, adolescência e início da vida adulta. Um olhar sobre a miséria material e espiritual, mas também sobre as bênçãos que a vida nos dá sem que a gente peça“, afirma o artista.
O projeto tem 14 canções e foi produzido pelo próprio Felix, Masthif, Cínico e Wendeus, e traz as participações de Débs, Rômulo Boca, THC, Rodrigo Zin, Mia, Libertamente Sounds, Bilak Rockwin, Kaneda, Letts, Lua, Kiim Vênus e Cayo Carig, responsável por todas as artes do álbum.
Elefante é memória, é vontade, é ressentimento, é perdão. Uma obra que fala também de anseios, ambições, e revela um artista com a escrita mais livre, algo natural por se tratar de um disco solo. Técnico e criativo, é um álbum fora da mesmice, embora não seja complexo. Contudo, passa longe de clichês. Os singles do disco são Basquiat e Canção Sem Nome, lançados recentemente.
“É como lembrar de um dia em que sua mãe cuidou de você quando não havia mais nada, lembrar da saudade que bate quando estamos longe dos filhos, lembrar da neurose e depressão, nossa e dos amigos, que muitas vezes fingimos não ver para evitar transtorno, exposição”, conta.
Nesse disco, Lucas está com “os pés no chão e muita humildade”. “Falo de drogas, falo de festa, falo de dor e falo de feridas profundas que, por enquanto, só consegui tratar através do som, e espero que quem ouça encontre um caminho para as próprias feridas“.
Nascido no bairro do Ipiranga, Felix começou a escrever logo cedo, depois de uma aula em que a professora de português mostrou alguns poemas e redações. Aos 17 anos, foi convidado por dois primos a conhecer a Batalha do Santa Cruz, onde se identificou de cara. Começou a frequentar o local assiduamente a partir de 2013 e totaliza 80 vitórias durante toda a trajetória no certame.
A competição deu certo reconhecimento ao rapper na capital paulista. No mesmo ano, funda o Slam do Grito ao lado de Lews Barbosa e Legant. Em 2015, lança, junto a seu grupo, A.L.M.A, o disco ‘’Da Alma ao Caos, Lama na Casa’’, recebido com respeito e admiração pelo público e pelo meio artístico. O álbum possui 10 faixas com produções de Nave, Samam, Sala 70, Eloy Polêmico, Grou, Jeivos e Wendeus.
No ano seguinte, como MC de batalha, Felix venceu mais de 100 duelos em São Paulo, algumas delas importantíssimas, como a que garantiu a classificação para o Estadual realizado na primeira edição do Campeonato Paulista de Batalha de MCs (CPBMC), quando derrotou Menezes. Em parceria com MRO e Gustavo, funda a Batalha do Ipiranga, possibilitando a diversos MCs mais jovens um espaço democrático para se iniciar no meio.
Em 2018, lança com os integrantes do A.L.M.A o disco ‘Ouro, Incenso e Mirra’’, álbum o qual gerou a parceria que viria a fomentar uma filial do estúdio Cabine 808 em São Paulo, cujo Felix é sócio junto aos integrantes de seu grupo e Masthif. Entre os feats, destacam-se Diomedes Chinaski, Raffa Moreira, Jé Santiago, Jamés Ventura, Théo e Rodrigo Zin.
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