Love, Death + Robots é uma “coletânea” de animações para adultos que são basicamente contos independentes que de alguma forma se interligam por apresentarem em todos seus episódios de uma forma ou de outra temas como “amor”, “morte” e “robôs” algumas vezes até todos eles ao mesmo tempo. O projeto é de autoria dos diretores de Deadpool (Tim Miller) e Clube da Luta (David Fincher).
Não estou escrevendo este texto para descrever ou analisar a obra em geral, mas sim para chamar a atenção sobre um episódio isolado, que achei genial por si só e pelo que pude perceber da reação do público em geral eu não fui o único, muitos amigos e conhecidos já classificaram “Zima Blue” como seu episódio favorito. Mas qual será o motivo?
Evidentemente essa é uma pergunta que respondo apenas por mim, por meio das impressões que tive enquanto assistia ao episódio. Bom primeiro vamos contextualizar. Né?
ALERTA DE SPOILER!!!
“Zima Blue” conta a história de um misterioso e recluso artista plástico com adoração pelo espetáculo e por um específico tom de azul (daí o nome do episódio), que ele emprega em seus monumentais painéis ao redor do mundo (e do cosmos). No início acompanhamos uma jornalista indo ao encontro de Zima no que ele promete ser seu ato final de arte, no caminho até lá a personagem nos dá um background do que ela diz ser “conhecido sobre” este excêntrico artista, nesta história Zima é um homem que passou pelas mais diversas modificações corporais (ilegais até) em outro planeta para torná-lo resistente a qualquer ambiente e também para prolongar sua vida, tudo em prol da arte. Ao chegar lá e encontrar-se com Zima ele revela a jornalista o motivo pelo qual ele tinha aquela obsessão para com o tal tom “Azul Zima” segundo ele remetia um sentimento nostálgico, melancólico de uma memória antiga de que por muito tempo ele não se lembrava do que se tratava, é então que Zima nos revela nunca ter sido humano, mas ter “nascido” como um robô higienizador de piscinas com uma inteligência muito básica mas que foi evoluindo através do tempo até chegar ao ponto no qual se encontra atualmente, o tão amado tom de azul era a cor dos azulejos da piscina que ele limpava no início até que ao final do episódio em seu derradeiro ato de arte Zima mergulha na mesma piscina do início de sua vida e emerge na sua “forma primordial”. Este episódio foi baseado em um conto de mesmo nome de autoria de Alaistair Reynolds que pode ser encontrado na coletânea de contos Zima Blue and other Stories.
Não cheguei a ler ao conto, mas o episódio animado apresenta alguns detalhes que não posso ignorar, em todos esses meus anos de espectador assíduo de obras áudio-visuais não posso ignorar que tudo que o um bom diretor coloca em cena tem um propósito ás vezes muito específicos até, tudo se trata de signos, metáforas visuais e rimas visuais e claro da nossa capacidade de interpretá-las. Vejamos então alguns aspectos na obra:
1° O fato de Zima ter características negroides:
(nariz mais achatado, lábios mais grossos)
Isso se aplica também a sua mãe criadora que é uma moça preta:
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Caramba 3 anos depois estou lendo aqui rsrs, q texto lindo parabéns, esse episódio é top demais.