Nem o SEO, nem o guia do Facebook, do Instagram, do Zuckemberg, dos 10 passos para deixar seu post perfeito e do seu influencer favorito, nada disso deixa um texto bom de ler. Bom, talvez o texto do seu influencer favorito sim, afinal, tem muitos likes.
Se basear em guias, em limites de palavras e letras, pra escrever, é achar que inteligência é artificial. Que a capacidade de criar pode ser calculada e medida, ser programada.
Eu não sei a diferença entre um especialista de ferramentas de textos e um robô. A não ser que eu não confio em robôs.
Nos especialistas de ferramentas eu confio. Sempre vai vir algo médio, que eu posso passar em dois segundos e esquecer em um segundo, nada que vira assunto, no máximo vira uma reclamação sobre como falta texto bom em redes sociais.
As recomendações de toda rede são regras para fazer com que cada postagem alcance o maior número de pessoas.
Eu não ligo muito pra elas. Eu realmente nunca gostei de megafones, tem sempre ali alguém falando com muita gente ao mesmo tempo, mas sempre frases muito pausadas que ninguém tá prestando atenção.
Sempre preferi o texto cochicho.
Aquele texto que você termina de ler e pensa: obrigado por ter escrito isso pra mim.
Texto feito pra contar na ponta do ouvido, pra falar sobre no elevador, pra você comentar na reunião com seu chefe ou pra puxar papo no bar.
É isso. Um bom texto puxa papo.
Esse texto aqui não tem imagens suficientes, tem palavras demais e dois pontos de menos.
::::::. Agora compensou.
As vezes eu acho que essas ferramentas menosprezam a capacidade do leitor, pelo que demandam. É texto curto, com imagens, palavras fáceis. Parece um: escreva para burros. Diminuindo a chance de alguém só ler um bom texto escrito com muitas palavras e pouco estímulo visual.
O que vem embrulhado com uma desculpa de que estamos em uma sociedade fluida, onde ninguém para pra nada.
Grande mentira. O que é bom não precisa seguir nenhuma regra.
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