Projeto, resultado de uma colaboração especial com o grupo A Timeline, dialoga diretamente com mpb, r&b e jazz. Jota.pê está entre as participações
O cantor e compositor Theodoro divulga seu terceiro e homônimo disco. Neste projeto, a estética serve de suporte para que, por meio de negras melodias, o artista solte sua voz – doce e precisa – para cantar o amor preto.
“Falar e cantar o amor a partir da perspectiva de um homem preto é de alguma forma dialogar com os meus sobre o que nos foi negado. Inúmeras vezes fui apontado e lido como um cara durão. Outras, de fato, tive que ser para não sucumbir. Mas tenho me permitido ser cada vez mais sensível e vulnerável a tudo o que me atravessa. Essa é a minha verdadeira essência. E são nessas características, como as citadas, e que muitas vezes são vistas pela sociedade como ponto fraco para um homem, que eu encontro combustível para seguir me transformando e também me inspirando.
Entendo que este álbum não tem a premissa de ser a cura para algo ou alguém, até porque todas as músicas são em primeira pessoa e nasceram de situações e relações vividas por mim. Mas se com o seu conteúdo afetuoso pudermos ser antídoto contra algumas reproduções, acredito contribuir para essa conversa e transformação”.
“Theodoro” é resultado da colaboração com o trio A Timeline, cuja pesquisa é dedicada em investigar a música de raiz tradicional das culturas de matriz e sua fusão com as sonoridades urbanas, reverenciado o passado, pensando sua expansão e integração com o futuro. A Timeline é formada por Kauê Caldas (bateria e programações), Lucas Cirillo (gaita, gaita MIDI) e Vitor Arantes (teclados e programações).
Ao todo, o registro apresenta 11 faixas que dialogam diretamente com a mpb, r&b e jazz. Uma a uma, são conduzidas, juntamente com A Timeline, pelo baixo de Robinho Tavares, guitarras de Mackson Kennedy, violões de Danilo Silva, vocais de Yasmin Olí e percussões de Ricardo Braga. Jota.pê faz participação especial em ‘Entrelace’.
As canções que somam o trabalho são guiadas pelas raízes do violão, nutridas pelas claves ancestrais que servem como base para os arranjos rítmicos e melódicos que se combinam entre sons tocados ao vivo e elementos programados, criando uma estética confortável para expressar o afeto de forma sensível e delicada.
O álbum nasceu de um encontro criativo. “Eu, Xênia França, a Timeline e alguns outros compositores nos juntamos em um camping de composição. Foi aí, então, que no meio de um papo, ela (Xênia) levantou a bola… “Porque vocês não fazem um disco juntos?”. Pronto, já estava posto. Entendemos que a inventividade da Timeline, somada às letras e músicas que eu tinha, nos traria algo interessante”, destaca Theodoro.
O disco foi gravado pelo O&O Studios e conta com a engenharia sonora e mixagem do talentoso Frederico Pacheco, conhecido por seu trabalho com Luedji Luna, Assucena, Romulo Fróes, Caixa Cubo, entre outros artistas renomados. A master ficou por conta de Maurício Gargel, cujo portfólio inclui nomes como Anitta, Criolo, Emicida, Liniker e mais.
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