Foram mais de dez atrações do rap nacional, divididas em seis horas de evento, que lotaram o Viaduto Madureira.
No último dia 22 de Dezembro, aconteceu, em Madureira, o Festival Pineapple: Rap Contra a Fome, que uniu os maiores nomes do cenário atual do rap brasileiro, em um evento de seis horas de duração. A line contava com os nomes de MV Bill e Kamila Cdd, Kayuá, César MC, Knust, Froid, Ebony, Chris MC, Azzy, Lourena, Xamã, Poesia Acústica, Xaga, Ghetto ZN, Kiaz, ADL e Major RD.
Além dos artistas já citados, o evento trouxe uma lista de bons produtores e artistas envolvidos indiretamente com os artistas e o próprio evento, como é o caso do trapper Vk Mac, destaque no Espírito Santo e na cena do trap nacional, com hits como “Porshe”, “Guarda Sol Azul” e “Bando” e que durante a apresentação de César MC, fez a sua dobra. Afro Lai, DJ de Ebony, que tem sido destaque no Rio de Janeiro com seus sets incríveis e de tirar o fôlego de qualquer apaixonado por Hip Hop e Gunê, que fez a dobra de Knust e é integrante do coletivo TankFamily e do selo Febre Lab, além de ser roteirista da Prime Movies.
Em poucos minutos de evento, a casa do baile charme mais conhecido do Brasil já se encontrava lotada. O Viaduto Madureira foi tomado por um mar de amantes de Hip Hop que estavam ali atraídos pela line cheia de artistas destaques no cenário atual e pelo baixo custo, além de o evento acontecer no coração da Zona Norte.
Com uma line apertada e muitos artistas, o público não precisou esperar para o começo do evento. Dando início a uma linda festa, Xaga e a Família Erva Doce tomaram o palco, mostrando que a Zona Norte faz rap bom e faz rap bom com a essência do underground, que para muitos é essencial. Apesar do atraso de Ghetto ZN, que subiu ao palco um pouco após o show ter iniciado, a Família Erva Doce mostrou e ensinou que a Zona Norte do Rio de Janeiro mantém sua essência intacta.
Kiaz, uma das grandes apostas da Fresh Mind e grande revelação de 2019, também foi um dos primeiros a subir ao palco, abrindo essa linda festa. O cantor, com toda a sua envolvência e R&B, levou o público a loucura ao cantar “Pode Ficar”, música qual tem feat com L7nnon e que alcançou a marca de 4 milhões de visualizações no Youtube em apenas 3 meses e “Não tem mais nós dois”, da ResenhadaBlakk, trio qual o músico participou juntamente a Dcan e Nith, qual a música alcançou a marca de 35 milhões de visualizações no Youtube em um pouco mais de um ano.
Ebony também subiu ao palco arrastando o público, com seu trap característico e toda a sua postura no palco, a trapper, também da tropa da Fresh Mind., cantou seus grandes hits e deu um toque gangsta feminino que faltava para dar o pontapé inicial ao evento. A artista, junto a DJ Afro Lai, não deixou a desejar em nenhum momento sequer, nem mesmo quando problemas técnicos apareceram. Ebony mostrou uma presença de palco invejável, fez uma apresentação incrível e conseguiu driblar os problemas técnicos enquanto conversava com seu público e gerava maior engajamento ao seu show.
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Para a surpresa geral, quando chegou a vez de Knust entrar ao palco, foi anunciado que o artista e Chris MC entrariam juntos e fariam um show conjunto. Unidos, Knust e Chris MC levaram toda a força do trap brasileiro para cima do palco e fizeram o Viaduto Madureira tremer. Além da presença de palco impecável e da apresentação de derrubar o Viaduto Madureira, o figurino da apresentação chamou bastante atenção pelo seu aspecto futurista e suas bags que imitavam coletes a prova de bala. O público cantou ainda mais alto que os artistas após Chris apresentar sua música em parceria com BPROBLEM, “Lola”. Os vídeos gravados durante a apresentação da música é surpreendente.
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Além disso, a apresentação conjunta foi também o primeiro show da carreira solo de Knust, que recentemente anunciou sua separação do coletivo/selo 1Kilo e que decidiu seguir carreira independente. O artista apresentou faixas do seu primeiro álbum, como “Jovem Estrela” e “Sabdoy”, sendo a primeira uma música em parceria com Chris MC e participações de Luccas Carlos e DoisP. O show conjunto foi brilhante, mostrando o potencial das carreiras solo de Knust e de Chris.
Outro escalado para o time de artistas do evento, foi César MC, capixaba que têm se destacado em todo cenário nacional, principalmente após ter ganhado o Duelo de MCs, em 2017, além de ter lançado músicas de grande destaque, como “Canção Infantil” que com 6 meses de lançada, já alcançou a surpreendente marca de 18 milhões de visualizações no Youtube e fez o público do Festival cantar junto e se emocionar, pois a canção mostra dois extremos do artista: Sua doçura e agressividade necessária. Com César MC, se apresentou Vk Mac, outro expoente oriundo do Espírito Santo que têm se destacado.
Azzy também se apresentou sob gritos e adoração de seu público, o que fez a artista ficar visivelmente surpresa e emocionada. A rapper trouxe consigo dançarinos brilhantes e um show incrível, que deixou eminente todo o seu papo reto e sensibilidade de comunicação com as mulheres. Seu público, composto majoritariamente por mulheres, gritava palavras de carinho para a rapper ao longo de toda a sua apresentação. Seu show, sem dúvidas, era um dos mais esperados pelo público, que se emocionava com todas as suas canções. Após a apresentação de “Mano não toca na lace”, sua música com Mãolee, Azzy deixou um recado para o público que a assistia, discursando sobre liberdade feminina e machismo, deixando claro que a “mano não toca na lace” fala, principalmente, da liberdade feminina.
O show de Lourena foi puro sucesso com o público. A artista, dona de uma voz ímpar, mostrou que não deixa a desejar em nenhum momento. Quando seu show começou, o Viaduto de Madureira era acometido por uma tempestade, que apertava o público para o centro do evento, fazendo a emoção de assistir ao show de Lourena ser ainda maior. Em uma de suas canções apresentadas, a cantora chamou Mazin e Black para a acompanhar.
Kayuá foi o último artista qual pude acompanhar a apresentação. O artista, que recentemente lançou participação no projeto Poetas no Topo, dominou o palco. O artista apresentou canções como “Contatos”, que tem participação de Bk e CHS e virou um hino na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde o rapper reside. Kayuá também chamou Mazin e Black para apresentar sua última música lançada e que teve a participação dos rappers “Vitória dos Nossos”.
E infelizmente não haverá comentários sobre as demais apresentações, pois as mesmas não puderam ser acompanhadas, por motivos pessoais.
O evento beneficente aconteceu para que fossem coletados alimentos não perecíveis, que serão distribuídos para comunidades e instituições definidas pelos organizadores e artistas envolvidos no evento. Segundo nota, lançada pela organização do evento, foram arrecadadas mais de 3 toneladas de alimentos não-perecíveis.
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