CCSP recebe Festival Latinidades 2019 – maior encontro de mulheres negras da América Latina.

Entre os dias 23 e 26 de julho, acontecerá no CCSP,  a 12ª edição do Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha.

O evento que se tornou parte do calendário de Brasília, chega pela primeira vez em São Paulo após 12 edições no Estado e é considerado o maior encontro de mulheres negras da América Latina.

Todos os anos o Festival propõe debater um tema que se desdobra em mesas, oficinas e vivências. Neste ano, o assunto escolhido foi “Reintegração de Posse”, em referência a uma entrevista concedida em 1976, pela  historiadora e ativista negra Beatriz Nascimento, que disse: “O negro não tem apenas espaços a conquistar, tem coisas a reintegrar também” e que pouco mais de 40 anos depois, a deputada estadual Erica Malunguinho, usaria como mote da campanha e da “Mandata Quilombo” o mesmo princípio de que falava Beatriz.

Todas as atividades serão gratuitas e com limite de vagas, para garantir sua participação é só acessar o site www.afrolatinas.com.br e se inscrever.

Programação completa do Latinidades:

23 de julho – terça-feira

Local: Sala Jardel Filho

14h: Saudação às ancestrais e acolhimento

Abertura.

15h: Ancestralidades como pertencimento: as religiosidades negras e práticas de resistência

Local: Sala Jardel Filho

Reconhecer a vida como nosso maior legado! Defender nossa existência como algo sagrado! Celebrar nossas formas de nos conectar, para além da materialidade, como caminho para a construção de um mundo justo para todos os seres do mundo! As diferentes práticas religiosas negras nos ensinam que há muito de luta política nos sentidos que damos à espiritualidade. Falar em ancestralidade é, portanto, reivindicar a posse de patrimônios que têm nos permitido, ao longo dos tempos, não sucumbir diante de inaceitáveis ataques à nossa Humanidade, como a escravidão e o racismo! Em “Ancestralidades como pertencimento: as religiosidades negras e práticas de resistência, a primeira mesa do Festival Latinidades deste ano, teremos um encontro entre mulheres negras que, a partir de diferentes tradições religiosas, nos permitirão um encontro com aquilo que chamamos de NÓS! Algo capaz de interromper círculos viciosos de intolerância, desrespeito e ódio! Bateu curiosidade para saber quem são elas? Aguenta só mais um pouquinho! Não demora a gente vai apresentar uma por uma!

Debatedoras:

Analia Santana (Irmandade do Rosário dos Pretos – Salvador/Brasil)
Ekedi Sinha (Terreiro da Casa Branca/ Ilê Axé Iyá Nassô Oká – Salvador/Brasil)
Juliana Maia Victoriano (Comunidade Batista de São Gonçalo – Rio de Janeiro/Brasil)
Iyá Karen D’Osún (Tradição Africana – São Paulo/Brasil)
Mediação – Elizandra Souza

17h: Eu me vejo em nós: imagens, escritas da gente negra e o poder sobre as nossas histórias

Local: Sala Jardel Filho

Se nossos passos vêm de longe, quem foram e são as mulheres e homens negrAs que nos conectam com o passado? O que torna a vida de uma pessoa negra parte da História? É preciso descender de reis e rainhas para merecer ser lembrada ou mesmo se sentir importante no tempo presente? Já parou para pensar que aquilo que fazemos com as fotografias, as falas, as cartas, os pertences e as memórias de nossa gente mais velha diz muito da nossa capacidade de defender o nosso próprio lugar de sujeitos históricos? Na mesa “Eu me vejo em nós: imagens, escritas da gente negra e o poder sobre as nossas histórias”, teremos a oportunidade de pensar junto com artistas, pesquisadoras e professoras que têm priorizado o cuidado das nossas experiências ao longo do tempo. Nessa jornada pela compreensão dos múltiplos significados da reintegração de posse, o Festival Latinidades não poderia deixar de lembrar que as vivências nos são indispensáveis não apenas em sua singularidade, mas sobretudo por nos permitir reconhecer nossos vínculos de coletividade!

Debatedoras:
Deborah Willis (Fotógrafa e Historiadora – Nova York/EUA)
Rosana Paulino (Artista Plástica – São Paulo/Brasil)
Miriam Victoria Gomes (Professora de Literatura –Argentina/Cabo Verde)
Fernanda Oliveira (Historiadora e Atinuké – Pelotas/Brasil)
Mediação –  Allyne Andrade

19h: 1ª Mostra de Autoestilismo do CCSP

Local: Sala Jardel Filho

Mostra de estilismo autoral. Desenvolvimento crítico em experimentos  performativos  e protótipos realizados a partir da utilização e idealização de roupas e acessórios identitários. Composto por oficinas transmidiáticas e rodas de conversa, onde referências culturais herdadas em família, manifestações comunitárias e elementos da paisagem urbana captadas em cada experiência de itinerário, foram potencializadores das sensibilidades dos participantes em seus  processos criativos.

Orientação: Jaergenton Corrêa

Das 14h às 19h – Feira Latinidades Afrolab

ESPAÇOS: Missão, Oficinas e Anexo da Sala Adoniran Barbosa

24 de julho quarta

Local: Sala Jardel Filho

10h Vivência “O Toque da Empoderada: Caminhos Diretos ao Prazer”,  por Diane Ghogomu (EUA)

As Américas foram construídas a partir da exploração dos corpos de mulheres negras. Do trabalho pesado, da violência sexual, dos  cuidados. A objetificação e a hiper-sexualização desses corpos estruturam, ainda hoje, as relações de poder. Essa representação social é especialmente cruel na América Latina e Caribe.

Ao contrário do que o racismo e o patriarcado dizem, mulheres negras podemos e queremos tomar para nós o nosso poder erótico e nos fortalecer com ele. Como chegamos ao nosso “SIM” interior mais profundo?  Como podemos compartilhar com entusiasmo esse “SIM!”? Diane Ghogomu preparou uma vivência de Kundalini Yoga e meditações tântricas para as afrolatinas que participarem do Latinidades 2019. Uma exploração sensorial através do movimento, meditação, fala coletiva e toque empoderado. Faltam dez dias para a abertura das inscrições. Aguardem!

Diane Ghogomu é curiosa e artista da integração. Filha de camaroneses, nasceu nos Estados Unidos e anda pela América Latina há uma década.  Terapeuta corporal, teórica, cineasta e música. Educadora sexual somática e teórica do prazer na Universidade de Tulane, em New Orleans.

14h: Onde nos cabe na riqueza que produzimos? Tema: Economia, trabalho e impasses ético-psicológicos

Local: Sala Jardel Filho

Mulheres negras têm produzido riqueza nos mais diferentes regimes de trabalho: escravo, livre, formal, informal, legal e ilegal. Estamos até mesmo bem acostumadAs com a presença entre nós dessas figuras atualmente chamadas de empreendedoras, que garantem sobrevivência e sustento para famílias e coletividades. No entanto, essas mesmas mulheres não figuraram, nem figuram como sujeitos prioritários no acesso aos ganhos gerados a partir de seus esforços. Cenários de desvantagem social em diferentes localidades do continente americano demonstram como a articulação entre racismo e machismo torna as mulheres negras sujeitos naturais da pobreza e da miséria. Nossa vulnerabilidade parece ser condição obrigatória do jogo… Isso, queiramos ou não, atualiza o nosso difícil desafio de encontrar saídas que superem a ilusão de que o que nos falta é a simples participação na economia, no capitalismo, ou mesmo o direito ao mercado de trabalho. Ainda mais quando a própria legitimidade da ideia de direito é atacada. Na mesa “Onde cabemos na riqueza que produzimos?”, teremos oportunidade de construir juntAs uma reflexão sobre colonialidade, economia, trabalho e impasses ético-psicológicos vivenciados pela comunidade negra em seus confrontos e lutas pela reintegração de posse do que nosso em termos bens, serviços e vida digna! Chama todo mundo, porque o mundo também é nosso!

 

Debatedoras:
Clarice Val (Terapeuta holística – Salvador/Brasil)
Ochy Curiel (Feminista negra decolonial –  República Dominicana/Colômbia)
Thiago Vinicius (Agência Popular Solano Trindade – São Paulo/Brasil)
Mediação – Sueide Kintê (Jornalista Griô – Salvador-São Paulo/Brasil)

16h – Em defesa de nossos territórios: trânsitos e permanências das vidas negras

Local: Sala Jardel Filho

Do lado de cá do Atlântico, a gente negra fez do próprio corpo o primeiro território a ser protegido. Múltiplos saberes, legados, modos de sobrevivência e vivência foram aproximados, compartilhados e atualizados ao longo de gerações. A partir desses lugares, reorganizaram-se coletividades, novos espaços foram ocupados e ganharam nossos sentidos, mesmo que a contragosto de projetos e investidas contra as nossas presenças. A realidade de nações fundadas na exploração e na subjugação de mulheres e homens negrAs nas Américas, porém, provoca as nossas reflexões sobre os significados da reintegração de posse negra no contexto atual. Falar de existência e territorialidades negras, urbanas ou rurais, se torna um exercício que vai além da localização espacial de pessoas. Afinal, estamos diante do desafio de acessar garantias básicas de vida! Na mesa “Em defesa de nossos territórios: trânsitos e permanências das vidas negras”, teremos a chance de pensar juntAs sobre essas e outras questões na companhia de mulheres que têm evidenciado essas possibilidades de nos fazer presentes em múltiplos lugares!

Debatedoras:
Keisha-Khan Perry (Brown University – Jamaica/EUA)
Adriana Gomes (Comuna Panteras Negras – Planaltina/Brasil)
Josemeire Alves (Casa do Beco – Belo Horizonte/Brasil)
Thabata Lorena (Mercado Sul – Taguatinga/Brasil)
Mediação – Thamiris Flora (Unegro/UBM)

18h  – Performance “Corpo Fechado para Balanço”

Local: Sala Jardel Filho

“CORPOS NEGROS garantidos contra ataques dos seus inimigos. Na  herança desses códigos culturais, emergiram inquietações que transitaram  em um diálogo coreográfico com a contemporaneidade. Questões étnicas e sociais foram elementos substanciais nas investigações artísticas. Uma ‘frame’ no cotidiano de barbárie a que corpos negros são submetidos, dentro de uma sociedade perversa.
Experimentação artística participativa, coreográfica e sonora, para evocar o lugar da mulher negra nos espaços públicos e equipamentos culturais da cidade, partindo das relações ritualísticas do passado e crítica ao presente.

Ficha Técnica
Concepção, Coreografia: Paulo Lima
Paulo Lima é diretor, coreógrafo, bailarino, graduando em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará – ECE,  pesquisador em Dança na área de Filosofia, Estética e Política da Dança.
Bailarina-intérprete : Léya Ramos é bailarina. Iniciou na dança aos 15 anos, no Grupo Chorus. Sua formação inclui vivência no Jazz, Ballet e Street Dance.

19h – Espaço literário

Local: Sala Jardel Filho

Das 14h às 19h – Feira Latinidades Afrolab

25 DE JULHO (QUINTA-FEIRA)

10h – Na luta é que a gente se encontra! Tema: antirracismo e lutas por direito

Local: Sala Jardel Filho

“Os negros deveriam se unir para defender seus direitos!”

“O problema é que os negros não sabem dialogar com ninguém!”

Não importa se essas frases são contraditórias e negam qualquer possibilidade de reconhecimento das construções políticas protagonizadas por mulheres e homens negrAs. O racismo autoriza violências que apostam na nossa desumanização. Dizer que não podemos, sabemos ou fazemos é parte desse contrato social que gera exclusão, genocídio e naturalização de apagamentos de longa data. Felizmente, a nossa existência como segmento populacional majoritário num país como o Brasil demonstra o fracasso de muitos desses esforços. Em diversas frentes de luta, os Movimentos Negros e de Mulheres Negras se firmaram como sujeitos políticos coletivos na sociedade brasileira e na diáspora. Na mesa “Na luta é que a gente se encontra!”, teremos a oportunidade de acompanhar trocas de experiências entre ativistas com trajetórias diversas na defesa de direitos e na ação antirracista, em diálogo também com gente indígena. Afinal, quem melhor para falar por nós do que nós mesmAs?

DebatedorAs:

Marivaldo Pereira (PSOL – Distrito Federal/Brasil)
Lúcia Xavier (Criola – Rio de Janeiro/Brasil)
Ivana Leal (MNU – Goiânia/Brasil)
Sonia Guajajara (APIB – Imperatriz/Brasil)
Douglas Belchior (Uneafro e PSOL– São Paulo/Brasil)
Mediação – Taina Aparecida dos Santos

13h Vivência “Erótico como Poder: poder através do Prazer “, por Diane Ghogomu (EUA)

Local: Sala Jardel Filho

Uma experiência de terapia holística e sexual voltada especificamente para o empoderamento de mulheres negras. Como levamos força e coragem feminina para fazer mudanças em nossa própria vida e na forma como nos relacionamos com o mundo em nossa volta? A oficina embarca no tema do empoderamento por meio da corporifição consciente, utilizando meditações ativas, práticas de tantra, yoga e rituais para a libertação de traumas, conexão com a paz, o prazer e o poder.

Audre Lorde disse:

“Há muitos tipos de poder: os que são utilizáveis e os que não são, os reconhecidos e os desconhecidos. O erótico é um recurso que mora no interior de nós mesmas, assentado em um plano profundamente feminino e espiritual, e firmemente enraizado no poder de nossos sentimentos não pronunciados e ainda por reconhecer. Para se perpetuar toda opressão deve corromper ou distorcer as fontes de poder inerentes à cultura das pessoas oprimidas, fontes das quais pode surgir a energia da mudança. No caso das mulheres, isso se traduziu na supressão do erótico como fonte de poder e informação em nossas vidas”.

A oficina questiona:

Depois de uma objetivação constante quotidiana e televisionada, como o “poder do erótico” pode nos trazer uma sensação de SER a SUJEITA de nossa própria história?

Depois da exploração constante do corpo negro feminino na escravidão e no trabalho doméstico, como o erótico pode nos RESTITUIR uma sensação de PODER e PAZ com nosso corpo e a nossa sensualidade?

Depois de tantos anos de pressão, como podemos viver mais nossa criatividade, espontaneidade e desejos mas profundos?

15h – Somos sementes – representatividade negra e disputa política no Estado brasileiro Tema: participação política negra

Local: Sala Jardel Filho

Em 1932, por força de um decreto, o voto feminino foi assegurado no Brasil. Em 1934, Antonieta de Barros, mulher negra, professora, natural de Santa Catarina, tornou-se a primeira deputada do seu estado. Antes e depois desse episódio, temos assistido a múltiplos esforços de mulheres e homens negrAs para ocupar espaços da política institucional no Legislativo e no Executivo do país. O respeito a esse direito de se fazer presente, porém, segue sendo fragilizado de diferentes formas. Campanhas pelo “Voto Negro”, por exemplo, ainda são vistas com desconfiança, uma vez que possuímos profundas dificuldades em promover um debate franco sobre as evidentes desigualdades sócio-raciais. A trágica execução da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro em 2018 deu provas de tudo isso. Mas, como nunca antes, essa desastrosa perda foi ressignificada e transformada em estímulo para a ampliação da presença, sobretudo, de outras mulheres negras e de mandatos comprometidos com o enfrentamento do racismo, do machismo, da LGBTfobia e outras práticas de exclusão que atingem não só a maioria da população, mas a nação como um todo. Mobilizada por esse cenário, a mesa “Somos sementes –representatividade negra e disputa política no Estado brasileiro” será uma oportunidade para uma reflexão compartilhada entre políticas negras com trajetórias diversas que estão na linha de frente das batalhas para que o poder legitimado pelo povo seja exercido em benefício do povo!

Debatedoras:
Erica Malunguinho (PSOL – São Paulo/Brasil)
Regina Sousa (PT – Teresina/Brasil)
Olivia Santana (PCdoB – Salvador/Brasil)
Mediação – Amarilis Costa

Das 10h às 17h – Feira Latinidades Afrolab

17h Partida para a concentração da Marcha das Mulheres Negras SP

26 DE JULHO (SEXTA-FEIRA)

Local: Sala Jardel Filho

10h30 Oficina: Ritmos africanos, com Kety Kim

Uma experiência de imersão, a partir de passos simples e inteligíveis até mesmo para iniciantes. A proposta é da artista e pesquisadora Kety Kim Farafina, que vai transmitir, por meio da dança e das histórias de griôs, um ano de suas vivências no oeste da África. A parte mais importante desse estudo é mostrar aos interessados a diferença entre estas sonoridades que, muitas vezes, são confundidas.

Os ritmos vão dos movimentos de danças tradicionais, passando pelo sagrado feminino africano às danças urbanas como azonto, ndombolo e coupé décalé.

Kety Kim Farafina é baiana do curuzu. Pesquisadora de danças e ritmos africanos desde 2007, já realizou trabalhos com mestres internacionais de renome na dança tradicional do oeste da África, como Alsenir Soumah, Youssef Kombassa, Ifono Mohamed e Djanko Camara. Em 2011 realizou uma expedição, por conta própria, para dois países da África ocidental: Senegal e Guiné Conacri. Durante um ano pôde aprofundar seus aprendizados e viver na prática os ritmos que estuda. Para além disso, a experiência fez com que ela trouxesse o Coupé Décalé (ritmo contemporâneo) na bagagem e se transformasse em sua embaixadora no Brasil, com o projeto Coupé Décale Brasil.

14h – Estéticas do ativismo negro, arte-educação e produção cultural

Local: ADONIRAN BARBOSA

As ações de reintegração de posse nas perspectivas negras se processam a partir de múltiplos lugares: dos nossos corpos cheios de vida, dos lugares que ocupamos, de onde projetamos futuros e nos projetamos mesmo diante das interdições cotidianas do presente. Nossa criatividade para existir é fonte geradora de estéticas e éticas da resistência negra, em que práticas de reeducação das relações humanas alimentam nossas expressões de sociabilidade. Não por acaso, temos visto experiências que carregam a potência das nossas culturas e atualizam os vínculos que dão sentido ao que chamamos de diáspora negra. A mesa “Estéticas do ativismo negro, arte-educação e produção cultural” tem o propósito de reunir expressões de tudo isso num exercício de reconhecimento do que tem sido feito não apenas no Brasil, mas também em outros pontos do Mundo Negro!

DebatedorAs:
Akala – (Músico – Reino Unido)
Vanessa Kanga – (Festival Afropolitain Nomad – Camarões/Canadá)
Carol Barreto (Designer/Professora UFBA – Salvador/Brasil)
Diane Lima (Projeto AfroTranscendence – São Paulo/Brasil)
Mediação – Hanayrá Negreiros (Pesquisadora em indumentária e memórias negras – São Paulo/Brasil)

16h – Chega mais, parente!  Diálogos com masculinidades negras

Local: ADONIRAN BARBOSA

Nós mulheres negras nos movemos em oposição a desvantagens sociais que nos atravessam não apenas individualmente, mas também em sentido coletivo amplo, comunitário. Ao longo de séculos vivendo neste território amefricano, tal como conceituado por Lélia Gonzalez, temos projetado nossas vidas e lutas para além da dicotomia feminino versus masculino. Isso porque as violações à nossa Humanidade se dão tanto por sermos, a um só tempo, mulheres e negras, quanto por integrarmos uma coletividade em que homens negros, também em sua diversidade, são desautorizados a exercer total ou parcialmente os privilégios da masculinidade expressa na figura de homens brancos, proprietários e ricos. Parte de um cenário repleto de tensionamentos e conflitos até mesmo internos, a afirmação das nossas existências em confronto com o racismo, o machismo, o sexismo e outras práticas produtoras de desigualdade torna-se fundamental para a defesa da vida de nossa gente e de outras gentes. Justamente por isso é que teremos nesta edição a mesa “Chega mais, parente! – Diálogos com masculinidades negras”, como oportunidade para pensarmos juntAs e dialogar a partir das experiências de homens negros homo e heterossexuais, cis e transgêneros, mais escuros e mais claros!

DebatedorAs:
Túlio Custódio (Sociólogo – São Paulo/Brasil)
Spartakus Santiago – (Youtuber/Publicitário – Rio de Janeiro/Brasil)
Lam Mattos (Ibrat – São Paulo/Brasil)
Sidney Santiago (Cia Os Crespos – São Paulo/Brasil)
Mediação – Marilea Almeida

17h Oficina: Amarrações e turbantes, com Bangé  Yhodhy (Guiné Bissau)

Espaço: Anexo Sala Adoniran Barbosa, na Feira Latinidades Afrolab

E quem resiste à novas técnicas de amarrações e turbantes? Dessa vez convidamos  Bange Yhodhy, design e ilustradora de Guiné Bissau, radicada há doze anos em Cabo Verde.  Bangé vai ensinar suas técnicas e significados, que variam de região para região.

ESPETÁCULOS

Local: Arena Adoniran BARBOSA

18h Akala – Inglaterra

Akala é rapper, escritor, doutor em história e empreendedor social. Premiado internacionalmente e com uma extensa história de turnês em festivais internacionais. Liderou projetos inovadores nas artes, educação e música em todo o Sudeste da Ásia, África, Índia, Austrália e Nova Zelândia. É criador da gravadora musical independente Illa State Records,  por onde lançou sete álbuns. Co-fundador da Hip-Hop Shakespeare Company (“THSC”) – empresa de produção de teatro musical, que visa explorar paralelos sociais, culturais e linguísticos entre as obras de William Shakespeare e dos artistas modernos de hip-hop.

 19h  Rapvida (Angola)

Eva é um dos maiores nomes da cultura hip hop angolana. A rapper ganhou prêmio de melhor artista feminina no Angola Music Awards em 2018. Sua carreira teve início nas ruas, onde participava de batalhas de freestyle e passou a impressionar com seu flow e repertório narrativo. Em 2013 resolveu ultrapassar o campo do improviso e gravou suas primeiras músicas. Desde então vem se dedicando integralmente à carreira artística, ocupando espaços do underground ao mainstream, sem deixar de lado o caráter político da cultura hip hop. Seu último álbum lançado em 2017/18, “Eva”, coleciona nove prêmios.

Das 14h às 19h – Feira Afro

Realização: Instituto Afrolatinas + Griô Produções

Entrada gratuita – livre – inscrições: consultar o site: www.afrolatinas.com.br

Evento: https://www.facebook.com/events/381569979372356/

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