5 formas de divulgar seu som/clipe sem pagar "jabá".

Recentemente, entrei em um debate sobre o famoso “Jabá” que está sendo pago para que mídias digitais e áudio visuais, como canais de react, divulguem o trabalho de artistas do rap.

Antes de tecer qualquer opinião sobre o assunto, devo lembrar que “Jabá” é crime desde 2006 e o artigo trata da seguinte restrição:

Art. 1º Esta lei visa proibir as pessoas jurídicas autorizadas, concessionárias ou permissionárias de serviços de radiodifusão e televisão, de receber dinheiro, ou qualquer outra vantagem, direta ou indireta, de gravadora, artista ou seu empresário, promotor de concertos, ou afins, para executar ou privilegiar a execução de determinada música.

Acontece que os canais de youtube ou portais multimídias que cobram para divulgar o som não são pessoas jurídicas e muito menos permissionárias de radiodifusão ou televisão. Desta forma, o termo Jabá nem deveria entrar na pauta.

O assunto dividiu opiniões e uma delas foi o entendimento de que este tipo de cobrança não era um jabá, mas sim uma publicidade paga – e sendo pago, esta informação deveria ser passada ao público.

Outra opinião foi de que seria antiético não avisar os consumidores de que aquele produto não passava por nenhum crivo. Em poucas palavras – O portal ou influencer estaria enganando as pessoas ao falar bem de um produto que não necessariamente era bom, apenas e exclusivamente pelo investimento que foi feito.

E, por último, o mercado de publicidade paga estaria limitando o acesso dos artistas aos grandes espaços de divulgação, uma vez que, nem todo mundo tem grana para sair numa react do Zetrê.

Diante destas divergências de ideias fiquei pensando nos artistas que não podem pagar “jabá”, nem investir em anúncios digitais ou até mesmo contratar uma assessoria de imprensa.

Então, resolvi deixar cinco dicas legais e provar por A+B que “dinheiro é bom e ajuda muito na carreira”, mas não ter dinheiro não é desculpa para não divulgar seu trabalho.

Planejamento:

Sem planejamento não chegamos a lugar nenhum. Decidir lançar seu som no final de março e no mesmo mês começar a definir como será esta campanha, tem chance de ser um fracasso. Na dúvida, faça um plano de divulgação com bastante antecedência pensando em quais redes você irá investir organicamente, quantos dias da semana irá falar sobre o assunto, quais mídias você deseja entrar.

Gerar uma campanha atrativa:

É muito comum os artistas criarem um evento no Facebook para divulgar o som/clipe, postar alguns frames com contagem regressiva e esperar o dia do lançamento para soltar o material. Isto está errado? Não necessariamente. Mas já pensou em criar uma campanha atrativa e interativa com seu público algumas semanas antes? Existem campanhas onde o público que decide qual dia e horário o produto sai. Tem umas que eu não sugiro que é criar um tiroteio ou forjar uma briga (não façam), mas tem campanhas como a Check Matte da cantora Anita onde ela colocava uma peça de xadrez em algum lugar do Brasil para avisar que estava vindo trampo novo. Ok! Não somos a Anita, mas já pensaram em fazer vídeos spoilers e brincar com o público sobre quem irá participar ou em qual lugar foi gravado?

Elaborar um release:

Você não leu errado. Releases são feitos por jornalistas e profissionais da comunicação. Existem algumas regras, mas elas não impedem que você aprenda a fazer seu próprio release. Na internet você irá achar vários tutoriais e textos e, se não forem suficientes, joga no google a frase “Lançamento de x artista” e usa as matérias que já saíram sobre lançamentos de música como referência.

Enviar o release para mídia que você mapeou:

Oh! Mas não é bagunçado não. O envio do release deve ser acompanhado de até três fotos em 300DPI e com os links para acesso ao produto. Outra coisa bem bacana é enviar no corpo do e-mail (nunca inbox) uma aspas – fala em primeira pessoa explicando qual é a proposta daquele trabalho. Isto nos ajuda na elaboração da matéria.

Follow-up:

Que nada mais é do que acompanhar os releases que você enviou. Colunistas, jornalistas ou blogueiros nem sempre irão te avisar que sua matéria foi postada, desta forma, é fundamental que você acompanhe seu release para saber se ele foi publicado ou virou uma matéria especial. Esta parte de levantar o que saiu na mídia é chamado de clipping(recorte) e é importantíssimo para o seu portfolio artístico e para você mostrar para o seu público que você saiu naquele veículo de comunicação. Outro follow-up importante é cobrar do colaborador do site ou portal a publicação do conteúdo de forma cordial, afinal, ninguém é obrigado a nada e forçar a barra nunca deu certo.

Atenção: Estas dicas não garantem que você será a nova capa da Billboard, mas te deixa mais perto de ser um artista profissional. E não se esqueçam do clichê mais importante da vida de um artista “Quem não é visto, não é lembrado”.