Artista costa-marfinense Asna está confirmada no line-up do Festival Novas Frequências, símbolo da música experimental na América do Sul

A programação – que acontece do dia 02 até 22/12 – reúne 45 artistas e contempla shows e performances em diferentes territórios do Rio de Janeiro. Os destaques ficam por conta de Badsista, MusikEletroFolk (projeto de Spirito Santo, o líder do lendário Grupo Vissungo), Gangrena Gasosa, Rafael Bqueer, Davi Pontes & Wallace Ferreira, além de uma “roda de sample”, um bailão de sound system e as atrações internacionais Marina Herlop (Espanha), Lucrecia Dalt (Colômbia), Jennitza (Argentina) e Asna (Costa do Marfim)

Festival símbolo da música experimental e de sonoridades expandidas, considerado o mais relevante em seu nicho em toda a América do Sul, o Novas Frequências celebra o “Riso Ritual” e as múltiplas dimensões do Carnaval em sua 13ª edição. A programação reúne 45 artistas e contempla shows e performances em diferentes territórios da cidade do Rio de Janeiro – Realengo, Maré, Tijuca, Gamboa, Centro, Flamengo e Cosme Velho. No line-up, artistas como Badsista, Índio da Cuíca (em duo de improvisação com Rodrigo Maré), Spirito Santo – o líder do lendário Grupo Vissungo, agora em uma nova formação mais “eletrificada” e cheia de marimbas -, o Saravá-Metal do Gangrena Gasosa, uma “roda de sample” inspirada nas icônicas rodas de samba, Kuka de Realengo – uma das principais turmas de bate bola da Zona Oeste – e performances de Rafael Bqueer e Davi Pontes & Wallace Ferreira. Completam a festa as artistas internacionais Marina Herlop (Espanha), Lucrecia Dalt (Colômbia/Alemanha), Jennitza (Argentina) e Asna (Costa do Marfim/França). Haverá ainda seminário, laboratório imersivo com artistas em início de desenvolvimento de carreira e uma exposição de arte no centro cultural Futuros Arte & Tecnologia onde Caio Rosa, Tiganá Santana, Levante Nacional Trovoa e um trio formado por Ana Lira, Nathalia Grilo e Alexandre Fenerich apresentam trabalhos inéditos.

Desde sua primeira edição em 2011, o Novas Frequências se configura como um festival internacional que promove a música experimental, a música de vanguarda e a arte sonora, buscando ressignificar a relação da arte com a cidade do Rio de Janeiro e o ecossistema cultural local. Ao longo dos anos, o festival ocupa casas de show de diversos tamanhos e propostas, salas de concerto, instituições de arte, espaços públicos e lugares inusitados – como igrejas, galpões, escolas, praias e cachoeiras. 


Assim, o Novas Frequências propõe uma relação 360º com a música e experiências distintas daquilo que se imagina em um festival tradicional, promovendo performances, instalações, festas, projetos comissionados, site specifics, palestras, oficinas, cursos, residências artísticas e caminhadas sonoras.

A cada ano, o festival é guiado por um tema conceitual que estrutura sua programação. Em 2023, o mote da 13ª edição gira em torno do Carnaval. “É hora de celebrar o gesto inventivo e alegre da experimentação e de nos permitir dançarmos a vida como se fosse festa, conjurando um tempo e um lugar para gargalhar a existência através do espírito irreverente, imprevisível e efêmero do Carnaval” – sublinha a curadoria do NF.

Com “Riso Ritual”, título escolhido para nomear esta edição, o NF se derrama sobre a cidade, abrindo um chamado para corporificar os sonhos e encantar os sentidos, porque sabe que o gargalhar e a festa são elementos fundantes não apenas da vida/espírito/essência carioca, mas daquilo que é humano.  

Pela primeira vez em sua história, a curadoria busca descentralizar e ampliar o alcance de suas escolhas através da conexão com outras narrativas, experiências e escutas. Juntam-se então ao curador e diretor Chico Dub dois novos nomes da cena artística contemporânea: KENYA20HZ, DJ, produtora musical, redatora, apresentadora e investigadora cultural; e Nathalia Grilo, curadora e pesquisadora com uma trajetória que se desdobra nas áreas da cultura, das artes, da produção, educação, escrita e pesquisa.

Sobre a escolha do título pela curadoria do festival, Nathalia Grilo afirma que “Riso Ritual, conceito do filósofo e pensador russo Mikhail Bakhtin, versa sobre o extravasamento, seja espiritual ou físico. Um pensamento que remete aos tons do humor festivo das brincadeiras, o humor do corpo e do Carnaval, o riso que contamina a moral dos ‘virtuosos’ e motiva as forças cósmicas da alegria a mostrar sua riqueza e complexidade. As propostas das apresentações invocam essa energia do Riso Ritual e isso se faz evidente desde a convocatória aberta ao público até o diálogo com a arte contemporânea. Tudo isso torna esta edição algo muito especial, visto o momento político que estamos atravessando, toda a delicadeza da atual situação do cenário artístico cultural do país e o desejo de todos nós por dias mais bonitos.”

Ainda sobre o título do Novas Frequências, KENYA20HZ aponta: “A ideia é exaltar e transcender a festividade do Carnaval. E, para isso, utilizamos como portal as infinitas possibilidades que um ritual tão popular, tão precioso para a disseminação da cultura afro-brasileira e tão simbolicamente enraizado na mitologia fantástica carioca é capaz de abarcar. Trazendo ao território urbano a real comunhão da população, independente de credo, classe ou etnia, através do misterioso poder do êxtase coletivo.”

Para Chico Dub, idealizador do festival, “esse NF, com exceção das instalações de arte no Futuros Arte & Tecnologia, está muito mais próximo a uma idéia de Carnavalização – para ficar em Bakhtin – do que sobre o Carnaval em si.” O curador reitera que “uma das principais motivações por trás da escolha temática foi a de aproximar o universo das artes populares com as técnicas e procedimentos comuns à natureza da música exploratória. O objetivo é aproximar a música experimental da nossa realidade e parar de importar contextos do Norte Global. O Carnaval é uma das tecnologias mais inventivas que temos; é obra de arte total; é rave-happening-performance-deriva-filme sem roteiro. Tá tudo ali. E é tudo nosso.”

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