A quarentena atingiu o meio artístico fortemente, principalmente quando estamos falando de artistas menores onde nem sempre tem grandes recursos a disposição. Mesmo com toda essa dificuldade, Nayra Lays artista da zona sul de São Paulo teve a ideia de começar um projeto que visa conectar pessoas e compartilhar historias.
Em meio a crise do corona vírus que vivemos a artista teve que parar a produção do seu álbum e unindo duas de suas paixões ela criou o Projeto Casulo onde conectar pessoas compartilhando historias intimas e vivências reais, que tem como objetivo de ser um auxílio de inspiração nesse momento difícil que vivemos. O projeto funciona como newsletter, onde você cadastra seu e-mail e vai recebendo atualizações diárias entre diversos temas e vivencias contado pela artista.
Alem disso a cantora e compositora da Zona Sul de São Paulo, conta com um repertório artístico muito interessante, vale o destaque o seu EP “Ori” lançado em 2016 que mostra muito bem todo o potencial artístico e sonoro, um ponto interessante da sua identidade visual é mescla de cores nas suas performances e nos seus clipes.
Em 2019 seu Pocket-show “Corpo-Lar” mostra muito bem essa mistura entre cores, performance e ancestralidade, mostrando ser uma artista que está sempre em busca de algo novo e que não tem medo de experimentar:
E nós tivemos o prazer e a oportunidade de trocar uma ideia com ela e falamos um pouco sobre sua carreira e sobre o projeto casulo e também o que ainda podemos esperar dos seus trabalhos esse ano;
Qual foi a ideia de começar o Projeto Casulo? E qual foi a inspiração?
No final do ano passado eu entrei em estúdio com o produtor Levi Keniata, pra começarmos a trabalhar no meu primeiro disco. Eu já sabia que esse processo envolveria imergir nas referências que me construíram artisticamente (as vertentes do samba, das quais minha família sempre foi próxima, o bairro onde cresci e minha própria relação comigo, por exemplo). Com o isolamento social e a impossibilidade de estar em estúdio, tive a ideia de compartilhar esses processos com o público que me acompanha, através de “cartas virtuais” enviadas quinzenalmente. O que tem me inspirado é refletir sobre a potência do processo das coisas, que é tão grande quanto dos resultados finais.
Como ta sendo a aceitação do seu publico no projeto?
Tá sendo bem interessante! O que mais leio a respeito do projeto é sobre a proximidade que ele cria, de um jeito muito sensível. Em cada carta eu coloco elementos bem profundos sobre o que está por trás da criação desse disco, e tento criar um espaço seguro entre a gente de verdade. Poder ler as respostas e refletir sobre questões e referências trazidas por quem me acompanha também é um presente que retroalimenta esses processos criativos.
Como acha que o projeto pode ajudar nesse tempo de quarentena?
O próprio nome do projeto, “Casulo”, dá a entender o que ele significa: esse universo interno, profundo, que antecede novos nascimentos. Trazer a perspectiva do respiro, da inspiração e da esperança não só agora, como desde o início da minha carreira, é o que me movimenta. Pensando no contexto que estamos vivendo, acredito muito no projeto como mais um encontro precioso e fortalecedor das nossas humanidades, que se soma à outros trabalhos incríveis que estão por aí.
Como ta sendo o processo criativo nessa pandemia?
Minha vida enquanto artista mudou completamente desde que entendi que tudo na vida pode ser processo criativo, haha. Se antes eu achava que era somente sobre compôr o tempo todo, hoje penso que também é sobre me permitir ouvir discos, movimentar meu corpo no quintal, ver filmes e até simplesmente pensar sobre o que tô sentindo. Estar viva é um grande processo criativo, e a música que crio é o resultado da minha atenção ao que me rodeia. Viver e registrar o que sinto, é isso o que tenho feito.
E o que podemos esperar de Nayra Lays ainda nesse ano?
Além de novos desdobramentos do Projeto Casulo, também estou envolvida em outras duas coisas bem legais que estão pra sair: uma coletânea de quarentena, idealizada pelo Levi Keniata e que contará com diversas participações de artistas independentes, e a “Diáspora22”, um projeto audiovisual idealizado pela Ana Bê em 2019, no qual tive a alegria de co-roteirizar ao lado dela e de Jéssica Ferreira. Acompanhem em @nebulosa.selo e @podcastnia, ambos no instagram, que logo tem novidades 🙂
Você pode se inscrever Projeto Casulo aqui!
Escute Nayra Lays nas plataformas digitais:
Acompanhe nas redes sociais:
https://www.instagram.com/p/CDcj3UHHmmJ/
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