“#AmorPreto é uma forma de dizer ao mundo o quanto é importante a gente se amar e se cuidar”. Essa é definição de Nouve para este novo single, com produção musical de Tito Vinícius e DJ Gug Pinheiro, e videoclipe roteirizado e dirigido por ele mesmo, com gravação e edição de Robson Borges. A música tem um grouve dançante e bem agitado, junto a letra bem desenvolvida, que fala sobre amar como ato revolucionário e eleva a autoestima do ouvinte.
O videoclipe foi gravado no Centro Cultural da Juventude Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. “Há muito tempo nós crescemos sendo bombardeados por programas de TV, novelas e filmes românticos, onde os casais e famílias estruturadas nunca são de pele preta. Neste momento tão tenso que estamos vivendo, é preciso falar sobre amor e afeto entre os nossos“.
A música tem um groove dançante e agitado, junto a letra bem desenvolvida, que fala sobre amar como um ato revolucionário e eleva a autoestima do ouvinte. A inspiração para a composição veio após Nouve assistir o vídeo “O Amor está no ar? Sim, e ele é preto!”, da Família Quilombo, youtubers que exaltam o amor afrocentrado e o fortalecimento entre a comunidade preta.
“Reaja à violência racial: beije sua preta em praça pública” é um poema de Lande Onawale e está presente no refrão da música, foi mais uma inspiração para Nouve. O poema saiu na capa do jornal do Movimento Negro Unificado, em 1991 e até hoje é lembrado. O intuito de Lande, ao escrevê-lo, era ampliar a visão da sociedade sobre o que era racismo e o que era violência racial.
Nouve traz referências de uma cena do filme “Something Good-Negro Kiss”, que mostra um beijo entre um casal negro. Foi o primeiro da história do cinema em 1898. “Quando falamos sobre os dias de hoje, Taís Araújo e o Lázaro Ramos são nossa maior inspiração e exemplo de #AmorPreto. Além deles temos, Michelle e Barack Obama, Denzel e Pauletta Washington e a Beyoncé e o Jay-Z. Casais muito poderosos e que nos mostram como devemos montar uma estrutura familiar”.
Quando Nouve fala em amor preto, ele não traz a perspectiva apenas para o romance, mas para as amizades, família e os mais variados tipos de relações. Reforça a ideia de que amar, para uma pessoa preta, é sim um ato político. Ele desenvolveu ações que mostram a importância disso.
“Minha companheira, minha família de sangue, a família de Àse, me trazem muito forte o que é ser preto de periferia. É preciso que a gente se acolha e tenha um diferencial. Sei bem o que é ser criado por uma mãe solo, que exerceu a função de pai e mãe ao mesmo tempo. Isso é mais comum do que imaginamos para pessoas que vem do mesmo espaço que eu e causa vários impactos”, conta.
Desde o início de novembro foi ao ar uma série de quatro episódios com casais pretos contando suas histórias no IGTV do artista. Para falar sobre afeto, convidou um historiador, um psicólogo, um artista e ainda lançou a hashtag #AmorPreto para movimentar a comunidade a contar e demonstrar quão importante e significativa é essa troca.
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