Simples e direto esse é o Usual EP do Enriqvx!

Enriqvx lançou hoje seu primeiro EP solo intitulado “Usual”, depois do elogiado 866 o jovem trapper da zona leste de São Paulo chega com um trabalho totalmente diferente do habitual, com já sua conhecida pegada trap, o artista flutua no Lo-fi e até mesmo com referencia ao funk.

Usual: aquilo que é comum, corriqueiro. Assim Enriqvx transita entre as batidas em seu novo EP, buscando trazer sua realidade para as músicas, o trapper de 21 anos se expõe em versos cheios de sonoridade e bastante ego do garoto da zona leste São Paulo. Habituado com os metrôs lotados e os corres da vida, temos um disco maduro e que carrega consigo a essência do jovem negro em meio ao caos da cidade cinza. 

E conversamos com o artista sobre seu primeiro trabalho de estreia é sobre o que ele quis passar no Usual EP:

Qual é ideia por trás do Usual Ep e qual mensagem você quis passar ?

A ideia é algo simples mano, por mais que eu seja do trap eu to cansado dessa cena e isso não é só pelo “jogo do rap”, eu to cansado do que eu ouço e isso no sentido de letra. O lance era ter um discurso politico forte numa sonoridade foda de forma com que eu possa ser militante sem ser chato. Eu quis passar uma mensagem de igualdade mano, eu vivi muito tempo cercado de pessoas brancas e hoje eu me vejo cercado de pessoas negras e eu me vejo nelas e elas se vêem em mim, é pesado eu falar isso mas eu quero que musicalmente os meus amigos se vejam em mim da forma como eu me vejo neles como pessoa.

Falando sobre a cena e militância, na segunda faixa você pega bem pro lado do funk, você acha que hoje o funk é o ritmo mais próximo do povo preto aqui no brasil ?

O funk é o que toca na favela né mano, quem tá lá são os pretos. O funk toca a ” camada mais baixa” da sociedade que querendo ou não são os com menos “conhecimento” (academicista pra caralho), a galera que tem uma condição melhor de ter uma educação de melhor qualidade ouve um rap, samba, mpb, tem outras coisas que falam com o preto, mas o que toca na raiz mesmo é o funk né mano, em qualquer lugar do Brasil.

E quais foram suas referencias musicais para esse trabalho que é o seu primeiro EP solo, depois de 866? E como foi a escolha do Eddu chaves para esse produção ?

Então mano, em questão de escrita minha referencia foram os MC’s de funk, principalmente o PP da VS, eu queria poder falar da forma mais simples possível pra poder fazer com que o que eu quisesse dizer atingisse todo mundo, a ideia do USUAl é ser acessível. Em questão de sonoridade eu posso dividir o disco em dois lados, as três primeiras faixas foram influências do kaytranada na minha escolha dos beats e o lance do funk foi algo comum, tinha que fazer parte. As três outras faixas tem uma parada mais introspectiva e foram beats que aconteceram, eu ouvi e senti que era aquilo que eu precisava pra eu me expressar melhor. A última faixa é na verdade uma música do Beli Remour que eu pedi pra rimar em cima e é muito louco porque eu sinto como se aquilo fosse feito pra mim, eu tenho momentos muito tristes e eu passo as noites ouvindo Kodak Ninja & Urso em Mandarim e quando isso acaba eu to na rua ouvindo funk, então eu achei uma mistura muito foda pra eu poder me expressar mesmo, eu coloquei muita coisa pra fora nessa faixa.

Falando do visual do EP, é muito chamativa traz um sensação nostálgicas, como foi a escolha das fotos e como surgiu a ideia com Rafael Rodrigues ?

Mas então, essa parada do Rafael foi bem engraçada na real. Ele postou as fotos do dia de Iemanjá e eu chapei muito, minha família é baiana então eu me identifico muito c as fotos dele e naquele momento em que eu vi eu lembrei da minha mãe, comentei com ele que um dia ia querer trabalhar com ele numas fotos e tal mas nada sério. Dois dias passaram e o Lucas me chamou com um projeto de capa em cima das fotos do Rafão, só que a gente nem tinha trocado ideia sobre isso nem nada. 

Usual

A partir daí, o Rafael enviou umas fotos, eu selecionei qual seria a de cada música com aquilo que eu esperava que a música passasse, e o Lucas, junto com o Lucas da Artefato, escolheram a foto do menino correndo pra capa, eu fiquei feliz pra caralho porque quando eu parei pra pensar naquela foto eu me vi nela, eu tenho uma ligação forte com mar e tal e me trouxe exatamente a nostalgia de ser uma criança correndo na praia, eu me vi ali, e eu tenho até falado pra uns amigos que vem elogiar o EP: todos nós somos só um menino negro, correndo atrás dos nosso sonhos, mas somos apenas meninos negros

Qual é sua musica favorita do Usual, e o que diria pra quem vai ouvi-lo ?

Café. Se você quer sair do padrão da cena, essa é sua chance, USUAL é diferente mesmo não sendo tão inovador e principalmente, são garotos com um sonho fazendo aquilo que sabem fazer de melhor, se não for bom pode me cobrar no inbox. Mano, posso mandar um salve pro RNT? É nosso coletivo da Resenha Negra do Trap, os moleque que tão comigo ai numas vivência da ora e atrás de ser o que a gente quer ser. E um salve pros HFF porque sem eles eu não seria nada, salve pra quem já colou no bar comigo e quem já me pagou kariri

 

Escute USUAL:

Ficha Técnica:
Vozes Adicionais: Felipe Aros
Produção Geral: Enriqvx
Produção Musical: Eddu Chaves (MOSA)
Direção de Arte: Lucas Rodrigues
Direção Executiva: Felipe Aros
Gravado, mixado e masterizado no MO$A Crib
Distribuição: HFF
Letras: genius.com/albums/Enriqvx

Spotify: https://open.spotify.com/album/3D2IlZxaEHOpi4oPUfDGBR?si=XFoj-YxdQouu_G6WVhfmdw

Soundcloud: https://soundcloud.com/enriqvxofficial/sets

 

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Sobre Carlos Alberto F Pires

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